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No ano passado, uso de energia solar aumentou 128% no DF, em relação a 2021

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Economia na conta de luz e preocupação com o meio ambiente levam consumidores a optarem pelo novo sistema. Número de unidades no ano passado cresceu 128% e chegou a 6,6 mil — a maioria em residências

A energia solar, além de ser sustentável, é econômica. O novo sistema avança no Distrito Federal e vem sendo adotado por pessoas físicas e jurídicas. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o DF registrou 2.892 unidades consumidoras com esse tipo de instalação, em 2021. No ano passado, foram 6.611 — um aumento de 128%. Em ambos os períodos, mais de 90% corresponderam a residências.

Há um ano usando energia solar em casa, Giovanni César, 64 anos, aderiu ao modelo depois que os vizinhos falaram sobre as vantagens. “À época, gastei R$ 22 mil para a instalação e a economia na conta de luz foi fascinante — saiu de R$ 600 para 140 reais”, comemora. O engenheiro de telecomunicações explica que foram instaladas 12 placas fotovoltaicas no local e não houve necessidade de fazer nenhum reforço estrutural no telhado para suportar as placas e os inversores a elas conectadas. “Compensou muito, é geração de energia limpa. Brasília é ideal para este tipo de solução, tem dias ensolarados em abundância”, salienta.

Para o engenheiro eletricista Gustavo Vale, apostar na energia solar é bastante compensatório, porque o usuário vai reduzir drasticamente as despesas mensais. “Considerando uma residência média de cinco pessoas consumindo energia, o investimento médio é de R$ 25 mil. O retorno desse valor é rápido, já que a fatura a ser paga à concessionária cai imediatamente após a implantação do sistema, defende. O especialista lembra que não é preciso que a edificação seja grande. “O espaço necessário é somente aquele para instalação dos painéis solares sem obstruções para uma maior captação de energia solar”, explica. O especialista avalia que o Distrito Federal pode tirar proveito da vantagem geográfica de estar localizado em uma região de maior incidência de raios solares.

O tempo de duração do sistema é acima de 25 anos — garantia dada pelos fabricantes do painel solar. Pensando na relação entre custo e benefício, Murilo Nobre, 68, abandonou o padrão convencional há um ano e não se arrepende. “Podemos afirmar que vale a pena o investimento, cujo retorno total é estimado em cerca de três anos, no máximo. Foram instaladas 22 placas, bem suportadas pelo telhado da casa”, diz. O morador do Lago Norte destaca a redução expressiva nas faturas de energia elétrica.

Transição

Em janeiro de 2023, chegou ao fim o período de transição definido pela Lei 14.300/2022, que instituiu a criação do Marco Legal da Geração Distribuída. Assim, quem usa energia solar começou a pagar pelo uso da infraestrutura da concessionária nos períodos em que não há consumo total da energia gerada, ao contrário do que acontecia antes.

Bruna Carolina, gestora da área administrativa da Pico Solar — empresa de instalação de painéis solares —, revela que, com essa nova taxação, o mercado passa por uma mudança. “Teve uma baixa nas instalações de residências, que eram nosso campo principal. Este ano, estão saindo mais cotações para pessoas que querem fazer usina e alugar esses créditos”, frisa, ao comentar sobre o destino desse excedente da energia não utilizada. 

Segundo ela, essa mudança na legislação deixou os consumidores residenciais receosos de fechar contratos. “Antes, a taxação era fixa de acordo com a ligação do cliente. Então quem tem parecer de acesso que foi aprovado até 6 de janeiro de 2023 está na lei antiga, e paga 30kwh (monofásico), 50kwh (bifásico) e 100kwh (trifásico), respectivamente R$ 25,50,
R$ 42,50 e R$ 85,00”, pondera.

Em dezembro do ano passado, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que adia a taxação por seis meses. O deputado federal Beto Ferreira (PSDB/MS), relator da proposta, informou ao Correio que o texto ainda precisa ser aprovado no Senado e seguir para sanção presidencial. 

Meio ambiente

De olho no futuro, o socioambientalista Thiago Ávila afirma que a discussão sobre energia limpa é fundamental. “Precisamos não apenas reduzir as emissões de carbono, como capturar carbono da atmosfera. Portanto, deve ser algo pautado como prioridade nas políticas públicas para que seja implementado”, analisa. O pesquisador aponta que a demanda por energia elétrica é uma das grandes causas da aceleração da destruição da natureza no planeta. “As usinas termelétricas ainda são usadas em muitos lugares, inclusive no Brasil, e causam danos muito grandes. A energia nuclear traz graves riscos à saúde e à natureza, como apontam estudos nas minas do Nordeste brasileiro e em casos de acidentes como Chernobyl e Fukushima. As hidrelétricas modificam o fluxo hídrico, alagam grandes extensões de terra, afetam comunidades e podem até levar à extinção de espécies”, alerta.

O Hospital da Criança de Brasília (HCB) se prepara para a inovação. Com a instalação de painéis fotovoltaicos em seu estacionamento, que terão dupla funcionalidade. Além de ser uma medida sustentável, o projeto vai proporcionar sombra aos usuários e funcionários. A perspectiva é de que a mudança reduza em 70% a conta de energia elétrica da unidade. Serão investidos aproximadamente R$ 15 milhões, financiados pelo governo do Distrito Federal (GDF). Em nota, o diretor administrativo e financeiro da instituição, Genésio Vicente, acentua que a iniciativa é reflexo da adesão do HCB ao projeto Hospitais Saudáveis.

Fonte: correiobraziliense.com.br

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