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Preços em queda: IPCA registra deflação de 0,08% em junho

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, registrou deflação de 0,08% em junho deste ano, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (11/7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Deflação é a queda generalizada de preços de produtos e serviços, de forma contínua. Essa foi a primeira queda de preços na base mensal em 2023, segundo os dados do IBGE.

Essa foi a menor variação para o mês de junho desde 2017, quando o índice teve deflação de 0,23%. E a primeira deflação em nove meses, desde setembro do ano passado, no auge do período eleitoral (-0,29%).

O resultado confirma a desaceleração da inflação nos últimos meses. Em maio, o IPCA ficou em 0,23%. Em abril, em 0,61%. Em março, em 0,71%. Em fevereiro, em 0,84%.

No acumulado de 12 meses até junho, a inflação oficial do país foi de 3,16%. Trata-se do menor nível da inflação anual desde outubro de 2020.

O resultado veio em linha com as estimativas dos analistas. O consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções do mercado, estimava deflação de 0,1% em junho e inflação de 3,17% no acumulado de 12 meses.

Segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é 3,25%. Como há intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75%.

De acordo com a última edição do Relatório Focus, do Banco Central (BC), o mercado projeta que a inflação termine 2023 em 4,95%, muito próxima do teto da meta definida pelo CMN.

Em 2022, o Brasil teve inflação acumulada de 5,79%. A taxa apurada ficou acima da meta estipulada pelo governo federal pelo segundo ano consecutivo.

Alimentos e bebidas puxam queda

De acordo com o IBGE, o resultado do IPCA em junho foi influenciado, principalmente, pelas quedas em alimentação e bebidas (-0,66%) e transportes (-0,41%).

Artigos de residência (-0,42%) e Comunicação (-0,14%) também tiveram recuo nos preços em junho. No lado das altas, o maior impacto (0,10 ponto percentual) e a maior variação (0,69%) no do mês vieram de habitação.

Como o Metrópoles mostrou, o mercado já esperava deflação em junho. Dois motivos sustentavam essa percepção: a queda constante do preço de alimentos e o efeito contracionista sobre o mercado da taxa básica de juros, a Selic, fixada pelo BC, atualmente de 13,75% ao ano.

O economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), observa que o efeito da taxa básica de juros, a Selic, na economia é um dos elementos que explicam a queda da inflação. “Quando os juros sobem, fica mais difícil, por exemplo, o financiamento de bens duráveis, como máquinas de lavar, geladeiras e fogões”, diz. “Com isso, os preços desses produtos param de subir.”

Os juros definidos pelo BC, acrescenta Braz, também têm freado os aumentos no setor de serviços, onde inflação é bastante resiliente. “Em abril, o aumento da taxa esperado para esse segmento era de 7,5%, em 12 meses”, afirma. “Em maio, apenas um mês depois, ele já havia caído para 6,5%.”

Veja a variação de todos os grupos pesquisados

  • Habitação: 0,69%
  • Despesas pessoais: 0,36%
  • Vestuário: 0,35%
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,11%
  • Educação: 0,06%
  • Comunicação: -0,14%
  • Transportes: -0,41%
  • Artigos de residência: -0,42%
  • Alimentação e bebidas: -0,66

Fonte: metrópoles.com.br

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